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O ‘estado vegetativo’ das Forças Armadas após novo corte do governo

Militares relatam falta de dinheiro para pagar contas e alertam que podem ficar sem condições de dar uma pronta resposta em caso de catástrofe

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jun 2025, 14h17

A cúpula das Forças Armadas tem traçado um cenário alarmante após o novo corte imposto pelo governo para conseguir fechar as contas dentro da meta fiscal. No final de maio, a equipe econômica anunciou o congelamento de 31 bilhões de reais no Orçamento, sendo que a Defesa foi a segunda pasta mais afetada, com uma tesourada de 2,6 bilhões de reais.

Militares afirmam que as forças estão chegando a um “estado vegetativo” e entrando em um “modo hibernação”. Eles narram, por exemplo, que já estão perto de não conseguir arcar com contas de água e de luz para o funcionamento dos quartéis. Além disso, como mostra reportagem de VEJA desta edição, ministros do governo já foram alertados que está acabando até o combustível para as aeronaves da Força Aérea Brasileira que carregam as autoridades nacionais.

Questionado sobre as consequências do corte, o Ministério da Defesa informou por meio de nota que “serão impactados a manutenção e o funcionamento das organizações militares; o aprestamento das tropas; a manutenção e modernização de meios; a aquisição de combustível aeronáutico; a manutenção e suprimento de material aeronáutico; a manutenção de estoques mínimos estratégicos de munição, dentre outras”.

“A referida contenção impacta a capacidade operativa e de prontidão das Forças Singulares, bem como o cumprimento dos cronogramas contratuais pactuados no âmbito dos projetos de Defesa, o que pode gerar novos custos decorrentes de multas e repactuações”, acrescenta a nota.

O maior receio entre os militares é que a falta de manutenção comprometa uma eventual pronta resposta das Forças caso haja alguma crise ou catástrofe, a exemplo das enchentes do Rio Grande do Sul no ano passado.

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Apesar do arrocho, o Exército tenta manter de pé os planejamentos feitos anteriormente. A força almeja aumentar os investimentos em equipamentos e armas de ponta, como a aquisição de drones, mísseis e os 12 helicópteros Black Hawk – a unidade custa 150 milhões de reais.

Problema cruza governos

A batalha orçamentária dos militares não é uma exclusividade do governo Lula. Na caserna, os tempos de Fernando Henrique Cardoso são lembrados com arrepios – à época, recrutas chegaram a ser dispensados em meio ao aperto. Até durante a gestão de Jair Bolsonaro, que não escondia a sua afeição pela tropa, os alertas de que os jatinhos da FAB iam parar por falta de recursos também eram comuns. Há, porém, um componente político que azeda ainda mais a situação atual.

No centro das investigações por uma suposta tentativa de golpe arquitetada em 2022, os fardados acreditam não haver uma boa vontade do governo petista em melhorar as condições das forças.

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O Orçamento do Ministério da Defesa, que antes do corte era de 133 bilhões de reais neste ano, é o quinto maior da Esplanada. Apesar da vultosa cifra, mais de 80% da verba é direcionada para o pagamento de pessoal – os gastos com militares da ativa e da reserva são na mesma proporção, de cerca de 30 bilhões para cada, e há também os dispêndios com os pensionistas.

Sobra, portanto, uma ínfima parte para os investimentos, que chegam à menor proporção da última década. A distorção é ressaltada sempre que interlocutores das Forças Armadas passam o boné entre membros da equipe econômica, que cobram pela reformulação do atual modelo de aposentadoria dos militares como um gesto para reequilibrar as contas públicas.

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