Por que Xi Jinping e Vladimir Putin vão faltar à cúpula do Brics no Rio de Janeiro
Encontro esvaziado acontece na próxima semana na capital carioca

A cúpula dos Brics marcada para a próxima semana no Rio de Janeiro estará esvaziada. Dois dos cinco membros originais do grupo das principais economias emergentes, China e Rússia não mandarão seus líderes para o encontro na capital carioca, segundo confirmações feitas nesta quarta-feira, 25.
De acordo com informações publicadas pelo jornal South China Morning Post, Pequim informou ao governo brasileiro que Xi tinha um conflito de agenda. Em vez disso, espera-se que o premiê Li Qiang lidere a delegação da China, como fez na cúpula do G20 na Índia em 2023.
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Os chineses envolvidos nos preparativos, segundo o SCMP, citaram o fato de Xi ter se encontrado com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) duas vezes em menos de um ano – primeiro na cúpula do G20 e na visita de Estado a Brasília em novembro passado, e novamente em maio, durante o fórum China-Celac em Pequim – como motivo para sua ausência.
O presidente russo, Vladimir Putin, tem um motivo mais complexo para sua ausência. Nesta quarta-feira, o Kremlin afirmou que ele não comparecerá ao evento devido a um mandado de prisão pendente emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). O Brasil, como signatário do tribunal, deveria acatar a decisão e prender o líder russo assim que ele chegasse a território brasileiro.
O assessor de política externa do governo russo, Yuri Ushakov, afirmou que Putin decidiu não comparecer ao encontro das principais economias emergentes, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho, porque o governo brasileiro “não conseguiu se posicionar de forma clara” sobre o mandado de prisão emitido contra o presidente russo.
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Em 2023, o TPI, em Haia, emitiu um mandado de prisão contra Putin, acusando o líder russo de ser responsável pela deportação ilegal de centenas de crianças ucranianas, o que é considerado um crime de guerra. A Rússia, que não é signatária do TPI, negou que suas forças tenham se envolvido em crimes de guerra e considera o mandado nulo.
O Brics reúne os membros originais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de seis novos participantes: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Além disso, o grupo conta agora com dez “países parceiros”: Vietnã, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. A categoria foi formalmente introduzida na 16ª cúpula do Brics, realizada em Kazan, Rússia, em outubro de 2024, como parte da estratégia de expansão do bloco.