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‘Entrou papa e saiu cardeal’: por que Pietro Parolin não foi escolhido no conclave

Considerado um dos favoritos antes da votação, o cardeal italiano recebeu críticas sobre seu envolvimento no acordo entre o Vaticano e a China

Por Sara Salbert Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2025, 14h42 - Publicado em 13 Maio 2025, 13h20

Considerado o favorito nas semanas que antecederam o conclave que elegeu o papa Leão XIV, o cardeal italiano Pietro Parolin acabou deixando a Capela Sistina como entrou: cardeal. A escolha de Robert Francis Prevost como o novo líder da Igreja Católica surpreendeu boa parte da opinião pública, mas entre a cúpula da Cúria Romana, o movimento a favor do americano já vinha ganhando força discretamente. 

Parolin entrou no conclave em uma posição delicada, com rumores circulando sobre sua saúde estar frágil — ele teria passado mal por conta de pressão alta, apesar do Vaticano ter negado tal boato. Além disso, pesaram contra ele denúncias de fragilidade política, após o italiano esperar até a última hora para apresentar documentos que sustentavam o veto à participação do cardeal Angelo Becciu no conclave (ele perdeu os direitos de voto a mando de Francisco, uma vez que o religioso foi condenado em um caso de corrupção). 

Mas foi a dura intervenção do influente e conservador cardeal Raymond Burke, na reta final das congregações, que pode ter posto fim em suas chances de se tornar papa. 

Burke criticou a falta de transparência no acordo entre o Vaticano e a China para a nomeação de bispos, negociado diretamente por Parolin em 2018. Antes do acordo histórico, os dois Estados não tinham relações diplomáticas desde 1951 devido a excomunhões por parte de Pio XII de dois bispos designados por Pequim.

+ Por dentro do conclave: como cardeal Robert Prevost foi eleito papa Leão XIV

Depois da declaração de Burke, o apoio ao cardeal italiano começou a diminuir. Sua falta de experiência pastoral, já apontada como um problema, também ganhou mais peso – ele tinha muita prática em navegar as burocracias da Cúria Romana, mas já fazia tempo que estava afastado do rebanho. Prevost, agora Leão XIV, foi visto como o melhor dois dois mundos: até 2023, era arcebispo de Chiclayo, no Peru, e passou os últimos dois anos aprendendo sobre as engrenagens do Vaticano como chefe do importantíssimo Dicastério dos Bispos, que analisa as indicações de bispos no mundo todo. 

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Quando Parolin percebeu que não conseguiria alcançar os dois terços dos 133 votos necessários para ser escolhido como papa, decidiu apoiar Prevost, segundo vaticanistas e cardeais que falaram à mídia sob condição de anonimato, sem revelar mais detalhes.

A reviravolta contra Parolin contribuiu para que o conclave de 2025 fosse o mais rápido dos últimos 86 anos, empatado com o de 1978. Também reforçou o popular ditado romano: “Quem entra como papa, sai como cardeal”. 

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